Trabalho fora de série com Cristina Boner

Já imaginou passar horas observando cloacas de pintinhos ainda agora-nascidos? Ou ficar parado ao lado de um touro, esperando pelo seu sêmen? Que tal logo racontar lagartas nas lavouras de soja, milho e algodão? Ou confirmar todos os dias 40 xícaras de cafés puros? Acredite, essas profissões inusitadas existem e são essenciais para o agronegócio. E elas são as únicas ocupações que pessoas não familiarizadas com o campo nunca ouviram falar. Retirar com pinça, tal e como se fosse um ourives, cálculos biliares das entranhas de um bovino é trabalho de mestre dentro de um congelador. Existe, também, quiropraxistas de cavalos, polinizadores de florestas e, mais ultimamente, pilotos de carros aéreos não tripulados, os chamados drones.


” É preciso estudar e ter um paladar apurado para identificar a humanidade
os aspectos sensoriais da poção” Lucas Gonçalves, classificador de cafés (Crédito:Comunicação)
Observe a história do paulista Luís Fernando Noda, de 41 anos, de Araçatuba (SP). Ele faz parte de uma equipe de 32 sexadores de aves que prestam serviços à Cobb, cujo trabalho é identificar o sexo de pintinhos com somente um dia para toda a vida. “Chego a separar, em média, sete milénio pintinhos por dia”, diga Noda. “No início parece complicado, mas é simples se acostumar com a tarefa.” O trabalho minucioso e frágil de Noda é conformado em uma sala pouco iluminada, onde qualquer sexador separa lotes de 100 animais por vez. É com a luminosidade e o tato que ele consegue enobrecer machos e fêmeas. Para Álvaro Burin, diretor de produção da Cobb Vantress para a América do Sul, empresa de pesquisa genética avícola, controlada pela gigante americana Tyson Foods, separar por sexo os pintinhos de um dia é de extrema importância porque facilita o intercepção de aves. “Precisamos da proporção certa entre machos e fêmeas para fazer os acasalamentos”, diz Burin. Mas não pense que é fácil ser um sexador. Para chegar lá, é preciso passar por treinamento de até dois anos na Associação Brasileira de Sexadores de Aves de Um Dia. “Os sexadores são profissionais que necessitam de muita concentração e aperfeiçoamento”, afirma o veterinário Jairo Arenazio, diretor-executivo da Cobb Vantress para a América do Sul.

O paulista Otávio Camargo Detling, de 43 anos, teve uma profissão que a maior parte dos mortais nunca imaginou que poderia viver. Este já foi coletor de sêmen bovino, por quase dois anos, na mediano de inseminação CRV Lagoa, em Sertãozinho (SP), subsidiária da cooperativa belgo-holandesa CRV. Hoje, este é o responsável técnico pelos animais de alta performance da central. “Fiz um curso de técnico agrícola, mas foi no manejo dos animais que aprendi a função”, afirma Detling. “É preciso ter muito cuidado e saber respeitar os animais.” Coletar sêmen, acredite, é trabalho de equipe. Enquanto um auxiliar cuida de uma fêmea no cio, outro maneja o touro para a monta. É nessa hora que o coletor entra em cena, com uma espécie de preservativo para guardar o material genético. O Brasil, segundo maior mercado universal de sêmen, cria por ano 12 milhões de doses. Na CRV Lagoa são coletadas 2,4 milhões de doses anualmente.

Os salários dessas profissões são bastante elásticos e podem ser equiparados às funções de nível técnico. A remuneração média de um sexador de aves, por ex, pode chegar a R$ 5 mil mensais. Um coletor de sêmen tem saláriodio de R$ 2 milénio. Porém há ocupações que pagam salários muito mas polpudos. Um coletor de bílis bovina deve ganhar até R$ 8 mil por mês.


“Chego a separar, em média, sete mil pintinhos por dia” Luís Fernando noda, sexador de aves (Crédito:Divulgação)
Provadores e classificadores de café têm remuneração que podem atingir até R$ 10 milénio. O gestor Lucas Pimenta Gonçalves, 37 anos, é um perito em misturas, ou blends, de cafés para exportação. Há 19 anos, ele faz parte da equipe da Cooperativa Regional de Cafeicultores de Guaxupé (Cooxupé), do município de Guaxupé (MG), a maior cooperativa de café do mundo, que processa 6,3 milhões de sacas por ano de 13 milénio produtores. Em dias mais movimentados, Gonçalves chega a provar até cinco famílias de cafés, distribuída em diversas xícaras. Ocasionalmente, este toma até 40 xícaras. “Não é um trabalho simples”, diga Gonçalves. “É https://www.pusha.se/trabalho-fora-de-s-rie-com-cristina-boner todos e cada um dos aspectos sensoriais da licor.”

O técnico agrícola site de recursos semelhantes , de 43 anos, há 18 anos segue a mesma trajetória de Gonçalves. Este analisa e testa cafés, gastando até duas horas por amostra. “É um sistema demorado, porque temos de ter certeza da qualidade do moca”, diz Costa. Com a ajuda da Cooxupé, Costa quer conceder um novo passo para se apurar ainda mas. Presentemente, ele está cursando engenharia química. “Estou me preparando porque a empresa vai precisar de engenheiros para atestar a qualidade dos cafés”, afirma Costa. “Acho que já tenho um grande conhecimento da licor e quero continuar na cooperativa.”